CONQUISTANDO O TERRITÓRIO DA ALMA
Reflexão
Texto-chave: Mt 16:26.
Textos complementares: Lc 9:23;12:16-21; 19:10; Sl 32:3; Mc 10:46-52; Fp 4:8; II Co 5:17, I Pe 2:25.
INTRODUÇÃO
A morte e a ressurreição de Jesus proveram para a humanidade a restituição de todas as promessas e territórios anteriormente concedidos por Deus, que por conta do pecado haviam sido perdidos (Lc 19:10). De todas essas conquistas, a maior delas é certamente a conquista da nossa alma; isso fica muito claro quando o próprio Senhor Jesus afirma: “Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mt 16:26a). A alma é o centro dos nossos pensamentos e sentimentos. Na nossa alma está a nossa vida.
Em Lucas 12:16-21, Jesus conta a parábola de um homem que decidiu desfazer os seus celeiros e construir outros maiores, simplesmente para o deleite da sua alma e do seu ego, todavia, Deus perguntou para ele: “Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? (v.20). Assim como esse homem, um dia também nos pedirão a nossa alma, e teremos que prestar conta dela. A questão é: Que tipo de alma você irá apresentar para Deus? Uma alma curada, liberta e salva? Ou uma alma doentia, aprisionada e pecaminosa? A nossa salvação dependerá do estado da nossa alma; ela precisará ser aprovada por Deus. Assim sendo, pretendemos com o presente estudo apresentar alguns passos , que uma vez trilhados, proporcionarão uma experiência de transformação e de construção de uma alma saudável. São eles:
Desde a nossa infância, a nossa alma está sujeita a diferentes experiências de feridas ou traumas; em consequência disso, podemos correr o risco de carregarmos em nosso íntimo muitas dessas feridas, rejeição, abusos, maus tratos, traições, perdas, acidentes, frustrações, etc. Quando mal tratadas, essas experiências têm o poder de corroer nossa alma e “apodrecerem” os nossos ossos – (Sl 32:3). Assim como os ferimentos físicos apenas são curadas quando se tornam expostos, as deformidades da nossa alma também precisam ser corretamente expostas para, assim, experimentarmos o processo de cura.
Em Marcos 10:46-52, a Bíblia relata o esforço do cego Bartimeu pela restauração da sua visão; ele buscou com todas as suas forças alcançar o favor de Jesus, expondo-se para tal o máximo que pôde. Semelhantemente, precisamos ter a humildade e a franqueza de identificarmos as feridas das nossas almas. Uma vez identificadas, precisamos nos expor ao processo de cura. Além do Espírito Santo, precisamos pedir ajuda a pessoas mais maduras na fé – como líderes, por exemplo – e assim, libertarmos as nossas almas dessas amarras, e servirmos livremente ao Senhor.
Em Filipenses 4:8, o apóstolo Paulo ensina que: “(…) tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”. A capacidade de preenchermos a alma com coisas que nos edificam também está diretamente relacionada à capacidade de bloquearmos as janelas da nossa alma com a finalidade de não deixarmos passar nada que possa ferir, manchar ou adoecer o nosso interior.
Vivemos em uma sociedade que consome diariamente um volume muito grande de informações, seja por meio das redes sociais, programas de televisão, cartazes publicitários, músicas, conversas, etc.; porém, parte significativa desse volume de informações possui um conteúdo mundano e não edificante. Assim sendo, precisamos selecionar criteriosamente aquilo que passará pela nossa visão, audição, olfato, tato ou paladar; pois, como demonstrou Sigmund Freud, todas as informações que adentram em nossos sentidos, se instalam em nosso inconsciente[1] ou subconsciente[2], fazendo assim parte da formação da nossa personalidade. Se quisermos ter uma alma sadia, precisamos aprender a bloquear as informações doentias.
Ainda de acordo com a Psicanálise, Sigmund Freud percebeu que três elementos formam a personalidade humana. São eles: O “Id” (centro de prazeres e desejos humanos, na maioria das vezes maldosos); o “Ego” (a consciência moral do indivíduo a partir da qual as decisões são tomadas) e o “Superego” (a moralidade social ou espiritual que aponta para o indivíduo o que é aceito e permitido). O “Id”, enquanto uma força “selvagem” inclinada para a mal, está presente na formação de todo indivíduo; contudo, ele precisa ser controlado e dominado. Quando Jesus nos ensinou a negarmos a nós mesmos, Ele sabia que em nós existem sentimentos e pensamentos carnais os quais precisam ser subjugados pela obediência de Cristo.
Semelhantemente, precisamos sondar nossas emoções, identificar aquilo que é doentio ou maligno, e assim renunciarmos; pois, “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Co 5:17). Precisamos nos despojar do velho homem (da velha mulher), e assumirmos a nova identidade em Cristo Jesus. Uma identidade de filhos de Deus, lavados pelo sangue do cordeiro, e sarados no corpo, na alma e no espírito. Precisamos pagar o preço necessário pela restauração da nossa alma, e a cada dia sermos imitadores de Cristo, seguindo os seus passos e aprendendo a conservar a alma irrepreensível.
CONCLUSÃO
Tal como vimos no presente estudo, a nossa alma é o principal território que precisamos conquistar, porque disso depende a nossa salvação, e sem isso, todas as demais conquistas perdem sentido. Diante dessa verdade, como você avalia a saúde da sua alma? Pedro chama Jesus de Pastor e Bispo das nossas almas (I Pe 2:25), isso significa que a nossa salvação está condicionada em aceitá-lo como nosso Pastor, Bispo, Senhor e Salvador; se você ainda não fez essa confissão de fé, aproveite essa ocasião e tome essa decisão.
Precisamos decidir todos os dias ter uma alma saudável, pois, essa conquista não apenas nos dá acesso à vida eterna, como também permite-nos desfrutarmos de relacionamentos harmoniosos com as pessoas ao nosso redor, e assim, a nossa passagem sobre essa terra torna-se mais agradável e proveitosa.
Ministério Apostólico Internacional Shalom – MAIS
Me. Adriano Kilala
[1] Dimensão da mente humana não consciente.
[2] Espaço intermediário entre o consciente e o inconsciente da mente humana.