O MONARCA INFALÍVEL
Para refletir…
Texto-chave: 1 Crônicas 27:1, 16A, 25-31, 32-33
Textos complementares: Ef 6:12-13/ 1Co 4:1-2/ Pv 17:17/ Jo 15:14-15
INTRODUÇÃO
É bem verdade que os livros de Crônicas (1Cr e 2Cr) fornecem para nós uma revisão de todo Antigo Testamento. Há um destaque especial para o registro de eventos ocorridos nos reinados.
Quando lemos o livro de 1 Crônicas, o próprio autor faz questão de dedicar 9 capítulos iniciais para a genealogia, desde Adão até os dias do Rei Saul que, por sua vez, é sucedido pelo Rei Davi e, como já vimos em estudos anteriores, Davi recebe uma benção de perpetuação de sua descendência no reinado. É dessa descendência que nasce Jesus, que se tornaria o monarca infalível. Fica óbvio aqui no livro de 1 Crônicas, de forma natural e histórica, o pano de fundo de nossos recentes estudos: a Cristologia.
O texto base para este estudo (1Cr 27) apresenta um modelo de gestão e governo de Israel por meio da organização da Monarquia pelo Rei Davi. A monarquia é a forma de governo mais antiga que temos atualmente. Em uma monarquia o país é governado por um rei/rainha que exerce a função de liderança, chefe de estado, sem um limite de duração ou de poder.
Do Capítulo 27, selecionamos como texto-base apenas os versículos que apresentam de forma sucinta o modelo dessa organização civil e militar na monarquia de Israel. Davi era o Rei, porém não governava sozinho, ele tinha o apoio de lideranças em sua monarquia.
O EXÉRCITO DO REI (1Cr 27:1)
O Rei Davi tinha em seu modelo de governo um rodízio de homens valentes em uma espécie de Guarda Nacional. Eram 288 mil homens que serviam nesse exército e eram divididos em 12 turmas de 24 mil homens. Cada turma deveria servir em um mês do ano.
A figura central de uma monarquia é o Rei, pois tudo gira em seu entorno. Ele é o provedor das necessidades de todos; o responsável por tudo que acontece; quem dá a última palavra. É quem sustenta, governa e dirige tudo. Daí a necessidade do cuidado de todos para com o Rei.
O nosso Deus é o Senhor dos exércitos. Jesus é o nosso general de guerra. Nós somos o exército de Cristo. Precisamos nos posicionar como homens e mulheres fortes e valentes para sermos participantes dessa monarquia como membros alistados no Exército do Senhor.
Em Efésios 6, percebemos contra quem é a nossa guerra (“contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal”); qual o nosso campo de batalha (“nas regiões celestes”); como devemos nos preparar (“tomai toda a armadura de Deus”); qual o foco da batalha (“para que possais resistir no dia mau e, após terdes vencido tudo…”); e o que fazer após a vitória (“permanecer inabaláveis”).
Na monarquia Infalível, lutamos pelo Rei e com o Rei, pois a vitória no Senhor é infalível.
OS PRÍNCIPES DAS TRIBOS (1Cr 27:16A)
A monarquia do Rei Davi também instituiu príncipes sobre cada uma das tribos de Israel. Joseph Benson, importante teólogo e ministro metodista inglês, escreveu: “Estes eram os príncipes das tribos, os constantes governantes das tribos; que parecem ter um poder superior a esses vinte e quatro capitães e, portanto, são nomeados diante deles, provavelmente os principais conselheiros e assistentes do rei nos grandes assuntos de seu reino.”
As tribos são as famílias e os líderes são os sacerdotes. Você é um pai/mãe de família? Se sim, você exerce um sacerdócio em seu lar. Você é o líder de sua tribo. Portanto, posture-se como tal. Se você não é o sacerdote de seu lar, um dia o será, um dia terá a sua família. Você é um discípulo. O discípulo modela o líder e, por isso, a importância de sermos líderes (sacerdotes, pai/ mãe de família) exemplares.
Na monarquia infalível, a família prevalece, pois o líder modelo é infalível.
OS OFICIAIS (1Cr 27:25-31)
O Rei Davi organizou, por meio de lideranças, todo o trabalho de seu reinado. Uma monarquia suntuosa, muito rica, que necessitava de oficiais para gerir cada área. Basicamente, como conhecemos o trabalho dos Ministérios, em um modelo de governo republicano, assim era o trabalho dos oficiais que cuidavam das propriedades e serviços dessa monarquia, eram mordomos do Rei Davi.
O mordomo é aquele que recebe a incumbência de dirigir e cuidar de uma propriedade. Um bom mordomo sempre tem a consciência de que ele mesmo não é o dono daquilo que lhe foi entregue para zelar, porém, ele cuida com diligência e protege aquilo que é de interesse do seu senhor.
Nós somos mordomos do Senhor. E que sejamos fiéis ministros de Cristo. Isso deve estar incutido em nós e exposto por nossas ações, pois aquele fiel como mordomo do Senhor certamente apresenta sinais dessa mordomia fiel perante os demais (família, igreja, amigos e sociedade). O apóstolo Paulo diz: “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel” (1Co 4:1-2 ACF).
O ministério é aquilo que Deus nos entregou. Dons e talentos que precisamos cuidar, zelar e até multiplicar e que nos foram entregues para usarmos em toda obra, seja ela em meio secular ou eclesiástico.
Na monarquia infalível, o ministério prospera, pois o mordomo é infalível.
OS CONSELHEIROS (1Cr 27:32-34)
Na monarquia, o Rei Davi procurou manter sempre por perto aqueles que poderiam aconselhá-lo e instruí-lo com sabedoria. Um rei precisa tomar muitas decisões difíceis, precisa ser assertivo. Não há espaço para erros, pois uma falha pode ser fatal. Grande parte dos acertos do Rei Davi foi devido à dedicação e fidelidade desses homens experientes e especialistas em muitas causas.
Precisamos nos cercar de quem pode nos orientar; quem pode nos dar conselhos e nos direcionar. O verdadeiro amigo é aquele que torce pelo seu sucesso, que te empurra para frente, que te quer bem e é fiel, independente das circunstâncias. No livro de Provérbios, Salomão, que recebeu do Senhor uma sabedoria sem igual, afirma: “Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão” (Pv 17:17 ACF).
Além disso, precisamos nos atentar para sermos bons amigos, afinal, a amizade é uma relação mútua, um caminho de mão dupla. O nosso modelo é aquele descrito pelo próprio Jesus: “Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu ordeno. Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu tornei conhecido a vocês.” (Jo 15:14-15 NVI)
Na monarquia infalível, há direção e conselho, pois a amizade é infalível.
CONCLUSÃO
Acredito que podemos aprender muitas lições por meio desse texto que é, a princípio, puramente histórico. Aliás, o modelo de monarquia apresentado aqui é um modelo que o bom cristão deve seguir. Observe que esse capítulo 27 trata do rei, das famílias, do trabalho e dos amigos. O interessante é que trata especificamente nessa ordem e grau de importância. Todo bom cristão deve pôr em primeiro lugar o Rei (o Senhor), em seguida a sua família (não há nada mais importante nessa terra), e posteriormente, o seu ministério e seu trabalho (eclesiástico e secular). A seguir, vêm os amigos, os conselheiros (a comunhão e a sociedade). Este é o modelo da Monarquia Infalível. Estamos sendo preparados para reinar com o Senhor na Eternidade.
Todos nós temos a oportunidade de reconhecermos o Rei Jesus, o monarca infalível, e obtermos um passaporte para adentrarmos e sermos participantes do Reino do Senhor. Se você ainda não faz parte dessa monarquia, o primeiro passo é bem simples: Diga “SIM” para Jesus.
TAREFA PRÁTICA
É sempre muito bom quando temos um tempo a sós com Deus. Passamos a refletir sobre a nossa vida e fazemos uma análise de tudo aquilo que já enfrentamos ou sobre as circunstâncias que estamos vivendo. A nossa tarefa hoje é exatamente essa. Pare um tempo, dedique-se nessa semana a refletir e responda para si as perguntas: Como está a minha vida com Deus? Jesus é o centro da minha vida? Eu estou zelando pelo Rei e seu reino? Pense também sobre sua vida secular: Qual tem sido o seu papel na sua família? Você é (ou tem) um sacerdote exemplar em seu lar? O que você deve fazer para alcançar/ permanecer nesse objetivo? E em seu ministério (na igreja), está tudo bem? Em seu trabalho, você é um modelo de excelência? Quem são seus amigos? Você tem amigos de verdade, fiéis e conselheiros?
Deixa Deus falar a seu coração, ainda que Ele traga confronto e admoestação. Assim você saberá que talvez nem tudo esteja bem, mas o Monarca Infalível não recebe o seu reinado perfeito, Ele o transforma para a perfeição.
Que você seja muito abençoado, em nome do Rei Jesus!
Me. Dieguinho Gaspar
MAIS – Ministério Apostólico Internacional Shalom