FAZENDO UM RESTART NA IDEIA DE PATERNIDADE.
Reflexão
Texto-chave: Mateus 6:9-13
Textos complementares: Lc 3:23-38; Ef 6:12; Mt 6:14-15; Rm 3:23-24; Mt 7:2; 2 Co
5:17; Ml 4:5-6; Sl 103:13-14; Rm 12:2.
Introdução
De acordo com o Dicionário Michaelis, o termo paternidade provém do latim paternalĭtas e diz respeito à “qualidade ou estado de pai” ou a “qualidade de quem cria algo; autoria”. O termo pater foi bastante difundido na Grécia Antiga para se referir às lideranças comunitárias que atuavam na divisão coletiva das terras e na proteção de seus respectivos grupos diante de diferentes ameaças. Em diferentes culturas e épocas, a ideia de paternidade consolidou-se a partir da figura masculina no núcleo familiar com aresponsabilidade de proteger, prover, zelar, procriar etc.
A paternidade também diz respeito a uma das principais formas de representação de Deus. Em diferentes passagens das Escrituras Sagradas, Deus se apresenta como Pai ou é referido como tal. No texto que lemos de Mateus 6:9-13, vemos que Jesus ensina seus discípulos a orarem tomando-se a pessoa de Deus como um Pai capaz de prover o pão, de perdoar as dívidas, e de livrar os seus filhos de caírem em tentação e de serem tragados pelo mal. Em Lucas 3:23-38, o autor faz uma reconstituição da genealogia de Jesus partindo de José, indo até Adão e mostrando no versículo 38 que Adão era Filho de Deus; Logo, “Deus é Pai de toda humanidade”.
Diante do que acabamos de ver, a ideia de paternidade está estreitamente relacionada com a ideia de Deus; assim sendo, a figura de um pai terreno acaba influenciando direta ou indiretamente na imagem que construímos a respeito de Deus. Sabendo disso, Satanás trabalha incansavelmente no sentido de macular ou ridicularizar o máximo possível a figura paterna, pois o grau acentuado de deturpação da figura paterna implicará simultaneamente na deturpação ou rejeição em relação à pessoa de Deus (e na maioria das vezes de uma forma inconsciente).
Para avançar com essa agenda, Satanás e seus demônios investem intensamente na destruição dos bons valores familiares, levando as famílias a caírem em tentações, a cambalearem na maldade, e a adoecerem espiritual, emocional e fisicamente. A família é o núcleo principal de qualquer sociedade; ela proporciona o ambiente no qual os indivíduos são modelados desde o nascimento; é nela que aprendemos o código de conduta e identidade com os quais nos inserimos na sociedade. Todavia, uma família deformada, ou doente, gera consequentemente membros deformados ou doentes. Partindo desse pressuposto, um pai que tenha vindo de uma família desestruturada ou patológica, e que não tenha passado pelo devido processo de cura espiritual ou emocional, possui grandes chances de reproduzir os mesmos desvios de conduta em seu novo lar ferindo potencialmente os seus filhos.
Voltando a associação que estamos construindo no presente estudo entre a figura do pai terreno com o pai celestial, vale reiterarmos que o modo como se concebe um pai terreno, influência significativamente na imagem que se constrói a respeito do Pai Celestial. Assim, pessoas que passaram por experiências de abandono pelos seus pais biológicos, podem ser levadas a construir a imagem de um Pai Celestial que em algum momento também possa abandoná-las (esse é apenas um exemplo de muitos possíveis). Diante do exposto, vale a pena pararmos um instante e fazermos uma autorreflexão: Até que ponto a imagem que você construiu a respeito de Deus não foi diretamente influenciada pela a imagem que você tem sobre o seu pai terreno?
2. Libertando-se dos efeitos de uma paternidade terrena deformada.
Se a concepção que você tem sobre o seu pai terreno é saudável e isso permite que você tenha uma percepção correta sobre a paternidade divina, Louvado seja Deus por isso! Mas se ao olhar para o seu pai terreno você sente tristeza, ódio, ressentimento, desprezo etc., não deixe de considerar que possivelmente seu pai tenha sido formado em um lar desestruturado, desviado dos propósitos de Deus, e que o mesmo, certamente não passou pela experiência da libertação e da cura; assim sendo, pessoas feridas, ferem outras pessoas – seja de forma intencional ou não.
Mas nunca podemos perder de vista que a nossa luta “não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Efésios 6:12). Assim sendo, precisamoscompreender que por trás das atitudes de um pai insensível ou inconsequente, existe uma influência espiritual maligna que não pode ser ignorada. Diante dessa situação, a melhor atitude que podemos tomar é concedermos o perdão, e a esse respeito Jesus nos adverte: “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas” (Mateus6:14-15). Sabendo que somos falhos, pecadores, e que carecemos da graça de Deus (Romanos 3:23-24), precisamos também perdoar aqueles que nos aborrecem, pois, com a mesma medida com que medirmos os outros seremos medidos (Mateus 7:2).
A boa notícia é que independentemente do nosso passado, ou de não termos tido uma boa experiência com a nossa paternidade terrena, quando estamos em Cristo somos novas criaturas, “as coisas velhas já passaram; eis-que tudo se faz novo” (2 Coríntios 5:17). E nesse processo de renovação, Ele tem poder de transformar maldições em bênçãos; assim, diante de uma experiência de dor e sofrimento com a pessoa do pai terreno, o Pai Celestial pode trazer libertação, cura e amor. Ele disse que em nossos dias converteria os corações dos pais aos filhos e dos filhos aos pais (Malaquias 4:5-6). Além disso, Deus pode levantar sobre a sua vida líderes espirituais que sirvam de cura e que ajudem a preencher o vazio deixado pela paternidade biológica; e como se não bastasse, Ele mesmo se apresenta como a nós como Pai (Salmos 103:13-14), uma Pai bondoso, amoroso, protetor, mantenedor e salvador.
Considerações finais
Que o Senhor transforme você pela renovação da sua mente, como diz em Romanos 12:2, e que a partir dessa renovação o Senhor restaure em você o verdadeiro sentido da paternidade: tanto terrena quanto celestial. Decida ser movido não pelas concepções humanistas, mas pelos valores do Reino de Deus. Decida viver a paternidade saudável! O primeiro passo nesse sentido é abrindo o seu coração a Jesus, recebendo-o como Senhor e Salvador sobre a sua vida. Convide-o a tocar em seu coração e em sua mente curando qualquer ferida, dor, ressentimento e te trazendo a paz e a libertação genuína de todas as cadeias do passado na área da paternidade. Que Deus te abençoe!
Ministério Apostólico Internacional Shalom
Me. Adriano Kilala