RIOS NO DESERTO – PARTE 1
Para refletir…
Texto-chave: Daniel 6:1-3.
Textos complementares: Dn 1:8,17-21,48; 5:29, 6:1-3,10; 9:2,11,13; 10:2-3.
INTRODUÇÃO
Daniel foi um homem de grande importância em seu tempo; ele ocupou posições políticas e espirituais muito elevadas tais como o de governador de toda Babilônia. Ele foi chefe principal de todos os sábios da Babilônia no reinado de Nabucodonosor (Dn 1:48); terceiro maior do reino no reinado de Besazar[1] (Dn 5:29); um dos três governadores do reino no reinado de Dario[2], e o melhor dentre os três (Dn 6:3).
Todavia, embora Daniel tenha se tornado esse homem tão poderoso, ele havia ido para a Babilônia como escravo em 605 a.C., teria feito parte do primeiro grupo de cativos levados para a Babilônia pelo exército de Nabucodonosor. Embora o cativeiro fosse um pesadelo para qualquer pessoa ou povo naquele período, Deus literalmente prosperou Daniel naquele deserto. Mesmo em um ambiente hostil, improvável e tenebroso, as portas se abriram para Daniel e ele desfrutou do melhor daquela terra.
A história de Daniel nos inspira a crer que Deus tem o poder de nos fazer prosperar independentemente da atmosfera espiritual, familiar, econômica ou política que estejamos vivendo. Nesse estudo, meditaremos sobre a vida de Daniel no intuito de percebermos que posturas e/ou decisões ele tomou, e que fizeram dele um modelo a ser seguido em contextos de tensões e dificuldades.
Desde muito jovem, Daniel decidiu não se contaminar com o paganismo da Babilônia. Alguns alimentos da culinária babilônica eram imundos segundo a Lei de Moisés, e esses, Daniel se recusou a comer; assim como todas as demais práticas que eram pecaminosas, Daniel se recusava participar.
Nesse primeiro ponto, Daniel nos mostra o cultivo de uma vida de santidade. De acordo com o Dicionário e Estudos Bíblicos (2010), a “palavra santo tem o sentido de separação, como algo que é dedicado, separado ao sagrado”. Essa separação, consiste em nos mantermos puros diante de Deus, e alinhados com os seus princípios e valores tanto no espírito, quanto na mente, no coração, na vida familiar, ministerial, profissional etc.
Com Daniel aprendemos que uma das primeiras decisões que devemos tomar ao nos vermos envolvidos em uma atmosfera tenebrosa ou contrária, é exatamente a de nos mantermos puros e separados para Deus. Vivemos em um mundo totalmente corrompido, em que a prática do pecado tem sido cada vez mais disseminada, e muitas vezes com o incentivo daqueles que a deveriam evitar, tais como o próprio Estado, e outras autoridades, sendo elas: pais, professores, ou influenciadores como jornalistas, artistas etc. Em nossa sociedade, o mal tem sido colocado no lugar do bem, e o bem no lugar do mal; vivemos uma total inversão de valores.
Contudo, se quisermos prosperar em meio a essa atmosfera, precisamos ser como Daniel e decidirmos não compactuar com as obras das trevas, mas vivermos em santidade e temor diante do nosso Deus. A santidade é uma chave para a aliança; quando vivemos em santidade, recebemos no mundo espiritual a legalidade de desfrutarmos das bênçãos liberadas do trono de Deus em nosso favor.
Disciplinas espirituais são mecanismos que nos permitem aproximar-se de Deus, desfrutarmos de comunhão com Ele, bem como, recebermos dEle os direcionamentos, a força e as bênçãos para as nossas vidas. As três principais disciplinas espirituais são: A oração, a leitura da Palavra e o jejum. Ao meditarmos sobre a vida de Daniel, percebemos que ele era muito empenhado na aplicação dessas disciplinas espirituais.
A bíblia nos mostra que Daniel se punha de joelhos três vezes ao dia, orava e dava graças, diante do seu Deus de forma costumeira (Dn 6:10). A oração era uma das principais marcas de Daniel; embora fosse alguém extremamente ocupado e importante, Daniel separava três momentos durante o dia e desenvolvia a sua comunhão com Deus. Como resultado, recebia muitas revelações e Palavras de Destino vindas do trono de Deus. Se quisermos prosperar nesse tempo tenebroso, precisamos também separar esse tempo de comunhão com Deus em oração, e assim buscarmos os direcionamentos dEle para as nossas vidas, bem como o seu revestimento de força e poder sobre nós.
Daniel também meditava frequentemente nas escrituras; podemos perceber isso quando ele afirma: “[…] eu Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos” (Dn 9:2). Um pouco mais adiante ele acrescenta: “Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer a tua voz; por isso, a maldição, o juramento que está escrito na Lei de Moisés, servo de Deus, se derramou sobre nós” (v.11). Tal como podemos observar, Daniel se empenhava no conhecimento e na aplicação da Palavra. Essa é a outra chave de prosperidade nesse tempo; precisamos meditar frequentemente nas escrituras, assim fazendo, conheceremos as promessas e os segredos de Deus, bem como, receberemos Palavras de Destino e de libertação.
A prática do jejum, foi outra grande característica de Daniel a ponto de se tornar comum em nossos dias a expressão: “Jejum de Daniel”. A respeito da prática de jejuar, ele mesmo diz: “Naqueles dias, eu, Daniel, estive triste por três semanas completas. Manjar desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas” (Dn 10:2-3). O jejum consiste em nos humilharmos diante de Deus, e manifestarmos a nossa total dependência nEle. Daniel, mesmo sendo tão poderoso, continuava se humilhando diante de Deus e demonstrando que sem Deus, ele nada seria. Nós igualmente, precisamos nos humilhar diante do Senhor – independentemente da nossa posição social, eclesiástica etc., – precisamos reconhecer que sem Ele, nada podemos fazer. Quando assim agimos, Ele se moverá em nosso favor, e aquilo que era impossível, se torna possível pelo poder dEle.
CONCLUSÃO
Os dias em que vivemos são maus, e a tendência é que piorem. Todavia, aprendemos com a vida de Daniel que mesmo diante de um cenário caótico e improvável, Deus pode nos fazer prosperar. Porém a nossa prosperidade no deserto não depende apenas de Deus, mas também das decisões que tomamos e das escolhas que fazemos. Para desfrutarmos da proteção e das bênçãos de Deus, é necessário que façamos uma aliança com Ele, e nos submetamos aos seus princípios. Caso você ainda não tenha aliança com Deus, faça isso hoje mesmo, decida segui-lo e obedecê-lo, pois, desse modo, verás a glória de Deus.
Assim como Daniel, decida fazer a sua parte. Viva em santidade e não se misture com as práticas que não agradam à Deus; desenvolva as disciplinas espirituais, e seja fortalecido no poder de Deus e norteado pelas Palavras de vida eterna.
Para praticar…
– Qual dos dois pontos acima são mais desafiadores para ti: viver em santidade ou desenvolver as disciplinas espirituais?
– Após identificar o ponto de maior dificuldade, anote três ações que irás realizar essa semana no intuito de superar essa limitação.
– Caso julgues necessário, busque ajuda da sua liderança.
Ministério Apostólico Internacional Shalom – MAIS
Me. Adriano Kilala
[1] Filho de Nabucodonosor.
[2] Imperador dos medos e persas. Esse império destituiu a Babilônia e se tornou a maior potência mundial em seu tempo (539 a.C. – 330 a.C.).