RIOS NO DESERTO (PARTE FINAL)
Para refletir…
Texto-chave: Daniel 6:1-3.
Textos complementares: Dn 1:17,20; 6:18-19, Ec 9:10; Pv 22:29.
INTRODUÇÃO
O presente estudo completa uma sequência de três lições nas quais temos meditado sobre a vida de Daniel, e buscado identificar quais decisões e atitudes o permitiram prosperar abundantemente mesmo estando na terra do seu cativeiro. Já identificamos os seguintes pontos: a) Daniel decidiu não compactuar com as práticas mundanas da Babilônia. b) Daniel praticava com zelo as disciplinas espirituais. c) Daniel era cheio de inteligência, conhecimento e sabedoria. Neste estudo, abordaremos a quarta chave desses segredos de prosperidade no “deserto”, a qual está relacionada com o fato de Daniel manifestar excelência em tudo o que se dispunha fazer.
Durante as jornadas de Daniel na Babilônia, Deus literalmente o estabeleceu por cabeça e não por cauda. Diferentes mudanças geopolíticas aconteciam, governos eram abalados, outros estabelecidos, e Daniel continuava de pé. Daniel viu a ascensão gloriosa de Nabucodonosor (imperador da Babilônia) e o acompanhou até a sua morte em 652 a.C.; acompanhou o reinado conturbado de Belsazar[1] e profetizou o seu fim (Dn 5:25-28); viu as investidas de Ciro abalando a Babilônia e implantando o Império Medo-Persa em 539 a.C.; acompanhou o reinado de Dario, substituto de Ciro, e foi seu braço direito (Dn 6:1-3). Embora alguns estudos apontem que Daniel teria estendido a sua influência nos governos seguintes, biblicamente, apenas temos base para demonstrar a sua participação até o reinado de Dario. O fato é que em todos esses reinados, Daniel exerceu poderosa influência, e uma das razões pelas quais se tornou tão importante é porque ele era excelente no que fazia.
Segundo Eclesiastes 9:10, a Bíblia nos instrui: “O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria”. Nesse texto, a Palavra nos instrui a demonstrarmos excelência naquilo que fazemos; a darmos o nosso melhor em tudo o que vier às nossas mãos. A vida de Daniel era pautada nesse princípio de excelência, por isso ele possuía êxito em contextos tão diferentes e com pessoas tão complexas.
A excelência abre portas. Quando somos bons naquilo que fazemos diferentes oportunidades se abrem em nossa direção. Pare um pouco e reflita! Você tem demonstrado excelência no que você faz? Na sua casa, no seu ministério, nos seus estudos, no seu trabalho? Faça uma autoanálise sobre como você tem realizado as diferes tarefas que vêm às suas mãos para fazer. Em que áreas você precisa melhorar?
A Bíblia nos adverte também em Provérbios 22:29 o seguinte: “Você já observou um homem habilidoso em seu trabalho? Será promovido ao serviço real; não trabalhará para gente obscura”. A excelência faz-nos sentar junto aos reis; permite-nos estar em posições de autoridade, pois o nosso valor é medido com a excelência pela qual fazemos as coisas nas diferentes áreas de nossas vidas. Embora o momento atual que vivemos seja conturbado e duvidoso, aqueles que demonstrarem espírito excelente, serão colocados em suas devidas posições, e por intermédio dessa chave e da intervenção divina, comerão do melhor dessa terra.
Mas alguém pode se perguntar: Como eu posso desenvolver a excelência em minha vida? Por onde devo começar? Ao observarmos a vida de Daniel, também encontramos pistas que nos permitem responder esses questionamentos. Ele traça para nós um caminho de cultivo da excelência o qual pode ser seguido a partir dos seguintes passos:
Daniel recebeu da parte do Senhor: Conhecimento, inteligência, sabedoria e entendimento em toda visão e sonhos (Dn 1:17). Ele tinha total clareza a respeito dos dons e talentos que Deus havia depositado em sua vida, e, por conseguinte, isso dava a ele também clareza a respeito do seu propósito e da sua missão. Com base nessa percepção, ele investia da melhor forma os seus talentos no aprimoramento da sua missão, e assim prosperava. Cada um de nós, também recebeu da parte de Deus um revestimento de dons e talentos. Assim como Daniel, precisamos identificar que dons específicos o Senhor nos concedeu, e assim, desenvolvê-los e exercê-los com excelência para a glória de Deus Pai.
Daniel e seus companheiros foram achados dez vezes mais sábios do que todos os magos e astrólogos da Babilônia (Dn 1:20). Esses magos e astrólogos já eram homens de elevado conhecimento e ciência entre os babilônicos; mesmo assim, Daniel e seus companheiros eram dez vezes melhores do que eles. Isso nos mostra que esses jovens cativos estavam muito acima da média. O termo mediocridade em seu sentido genuíno não é uma ofensa, de acordo com o Dicionário Michaelis Online, ele diz respeito a algo ou alguém que: “Apresenta qualidade média, comum, mediano”, ou seja, estar dentro da média. Se quisermos ser excelentes, precisamos ser como Daniel e seus companheiros e buscarmos estar muito acima da média, e isso, nas diferentes áreas de nossas vidas.
Daniel era um refrigério na alma dos seus superiores. Ele constantemente auxiliava os reis na difícil missão de administrar e pacificar o reino (império); ele também os auxiliava quando as questões diziam respeito a interpretações divinas e revelações de mistérios. Daniel era tão benquisto entre os reis que Dario, imperador dos medos e persas, passou a noite em jejum e não dormiu preocupado com o que aconteceria com Daniel enquanto esteve na cova dos leões (Dn 6:18-19). Como homem de justiça, Daniel também promovia paz e refrigério sobre as almas dos cativos israelitas na Babilônia, ou dos demais povos que estavam debaixo dos seus cuidados. Assim, ele tornou-se uma bênção tanto para os seus superiores quanto para os subordinados. A excelência nos torna benquistos diante daqueles que exercem autoridade sobre nós, bem como sobre aqueles que estão debaixo dos nossos cuidados. Sejamos excelentes!
CONCLUSÃO
Tal como estamos verificando, a excelência é uma poderosa chave de prosperidade para o nosso tempo. Todavia, de nada adiantará sermos tão excelentes nas coisas que fazemos se estas não estiverem alinhadas com os propósitos de Deus. Por outro lado, podemos até nos considerar medíocres em determinadas áreas, mas se buscarmos ao Senhor e o apresentarmos essas áreas, Ele poderá desatá-las e nos fazer crescer em honra e graça. A suma de tudo é que tanto a excelência quanto a mediocridade precisam ser apresentados a Deus e estar subordinadas a Ele. Se você ainda não entregou a sua vida a Jesus, esse é o primeiro passo. Consagre a Ele tudo o que você é, e o que você faz, e deixe-O alinhar a sua vida e fazer a excelência fluir de você.
Esse é um tempo de lutas e desafios, mas também será um tempo de grandes conquistas. Decida cultivar um espírito excelente, e com isso, também busque a santidade, a comunhão com Deus, a inteligência, o conhecimento e a sabedoria. Que rios fluam no seu deserto, e que esse seja um dos melhores anos de sua vida. Que Deus te abençoe!
Para praticar!
– Em que área da sua vida você tem sentido a necessidade de mais aprimoramento para realizá-la?
– Anote três fatores que, em sua opinião, têm impedido essa excelência acontecer.
– Para cada um dos três fatores acima, anote uma ação (ou mais) que te permitirá superar esse obstáculo. Coloque em ação!
Ministério Apostólico Internacional Shalom – MAIS
Me. Adriano Kilala
[1] Filho de Nabucodonosor.