COMO LIDAR COM O TERRENO DA INSTABILIDADE
Para refletir…
Texto-chave: João 6:16-21
INTRODUÇÃO
Na Língua Portuguesa, a área que estuda o significado das palavras chama-se SEMÂNTICA; e dentro da Semântica, estudamos os PARÔNIMOS (palavras parecidas na escrita e pronúncia, mas diferentes no significado). As palavras INSTABILIDADE e ESTABILIDADE são exemplos de Parônimos, pois são parecidas na escrita e pronúncia, mas diferem no sentido. INSTABILIDADE: “aquilo que muda rapidamente; o que não é constante”; ESTABILIDADE: “qualidade do que é estável; firmeza; solidez; segurança”. Considerando esses significados, percebemos que a nossa vida/jornada é um exemplo de ESTABILIDADES e INSTABILIDADES. Mas a pergunta é: “Como lidar com o momento da instabilidade”? O que FAZER quando NÃO PODEMOS FAZER? O que fazer quando perdemos o controle da situação? De repente chega a doença; o desemprego bate à porta; as dívidas nos atormentam; a morte nos visita; a confiança é destruída ou qualquer outra situação nos faz andar no terreno da instabilidade. COMO CAMINHAR NESSE TERRENO? No Texto-chave, estamos diante de uma instabilidade: A TEMPESTADE. Convido você a percorrer esse episódio e extrair lições importantes para aplicar nesse terreno.
1. A ÚLTIMA ESTABILIDADE (VITÓRIA) NÃO GARANTIRÁ AS PRÓXIMAS.
Os discípulos ainda estavam “degustando” o sabor do último milagre (a multiplicação dos pães) quando se depararam com a tempestade. A nossa última vitória, somente, não garantirá as próximas; mas deve nos moldar e ensinar para as seguintes. O povo de Israel experimentou diariamente a mão de Deus provendo o pão, a carne e a água da rocha; mas mesmo assim murmurou diante das situações seguintes. A última vitória deve nos ensinar que o Deus dos Montes é o mesmo Deus dos Vales. Devemos olhar para trás e nos lembrar de onde viemos, pois o Deus que nos trouxe até aqui nos fará prosseguir.
Os processos pelos quais passamos servem para produzir virtudes em nós (Rm 5), ou seja, as instabilidades são ferramentas pedagógicas para moldar-nos. Os discípulos deveriam estar com a fé fortalecida diante da tempestade, pois eles conheciam e experimentavam diariamente a intervenção milagrosa de Jesus diante dos problemas; porém a experiência do milagre anterior (a multiplicação dos pães) não os preparou para a tempestade a seguir.
2. QUANDO JESUS PARECE DEMORAR.
O versículo 17 do Texto-chave nos informa que “… já era escuro, e Jesus ainda não tinha chegado.”. Às vezes, Jesus parece demorar diante das nossas instabilidades, mas ele nunca está atrasado; pois se baseia no “relógio” do Pai. Em Jo 11, no episódio da morte de Lázaro, após o pedido de ajuda de Marta, Jesus ainda ficou mais uns dias onde estava. Quando Jesus chegou, Lázaro já havia morrido. A demora de Jesus fez com que Marta passasse pelo terreno da instabilidade (preocupação, decepção, frustração, agonia, etc.); e ainda gerou o questionamento se realmente Jesus amava Lázaro. Como alinhar o nosso tempo (Cronos) ao tempo de Jesus (Kairós)? Só há uma maneira: DESATIVANDO O NOSSO “RELÓGIO”.
Quando Jesus parece demorar, Ele está nos ensinando a dependermos Dele, pois aquilo que ele preparou para nós excede o nosso entendimento. Como somos limitados, não conseguiremos compreender o tempo e a agenda de Deus para nós, pois Ele está em uma esfera diferente da nossa. Só nos resta uma coisa: CONFIAR e ENTREGAR. Os discípulos estavam sem esperança, pois a “ESPERANÇA” deles “atrasara”. Por que no momento das nossas maiores tempestades Jesus parece se atrasar? O que responder às pessoas que perguntam: “Onde está o seu Deus?” Às vezes, o nosso maior drama não é a tempestade, é a “demora” de Jesus. Mas saiba de uma coisa: JESUS NUNCA SE ATRASA! ELE sabia onde os discípulos estavam; ELE sabia pelo que os discípulos estavam passando; ELE sabia o que fazer. ESTÁ TUDO NA AGENDA DELE!
3. SOLTE O CONTROLE!
O nosso grande problema é a “síndrome do controle”. Queremos estar no controle de tudo, mas O CONTROLE PERTENCE A DEUS. Certamente alguns discípulos tentaram resolver aquela situação, pois eram pescadores, conheciam o mar da Galileia como ninguém. Mas a situação saiu do controle deles, pois o mar se agitava cada vez mais. Às vezes, perdemos o controle daquilo que geralmente resolvíamos com facilidade ou tínhamos conhecimento suficiente para resolver; mas o poder de Deus só se aperfeiçoa naquilo em que perdemos o controle. Enquanto não pararmos de usar a nossa “força”, a força de Deus não será ativada em nós. Quando Jesus chegou, todos os recursos dos discípulos já haviam acabado. O conhecimento deles sobre o mar não serviu; não ajudou; não os livrou daquela situação.
É muito comum, nesses momentos de fragilidade, ficarmos com a visão comprometida; não enxergarmos a solução para os problemas. Os discípulos não enxergaram Jesus (a solução), eles enxergaram um fantasma. No terreno da instabilidade, temos a tendência de usarmos lentes (perspectivas) diferentes das lentes de Deus, ou seja, olhamos tudo através da lente da tempestade, dos problemas. Todas as pequenas situações maximizam-se; “fazemos tempestade em um copo com água”. Os discípulos estavam usando a lente do medo, por isso enxergaram um fantasma e não Jesus.
4. JESUS USA A TEMPESTADE PARA CHEGAR ATÉ VOCÊ.
Jesus usou a tempestade para chegar até os discípulos. O livro de Naum 1.3 nos informa que “o Senhor tem o seu caminho no vendaval e na tempestade…”, ou seja, os nossos problemas, as nossas tempestades, as nossas instabilidades são caminhos usados por Jesus para chegar até nós. As nossas tempestades (problemas) sempre estarão debaixo dos pés de Jesus. O problema pode ser o maior possível, mas nunca conseguirá passar nem dos pés de Jesus.
A tempestade pelo qual os discípulos estavam passando era muito grande, mas havia outra tempestade maior: a tempestade interna. Antes de Jesus acalmar a tempestade externa, Ele acalmou a tempestade interna dos discípulos dizendo: “Sou eu, não temas.”. Aquilo que nos atinge internamente é muito mais perigoso que as intempéries externas. As tempestades internas sempre tentam levar o nosso barco por rotas perigosas, influenciando assim todas as nossas decisões, palavras e perspectivas. Qual tempestade interna você está enfrentando? É o medo? Angústia? Desespero? Jesus está dizendo: “Sou eu, não temas.”. O melhor antídoto para as tempestades internas é a voz de Jesus. Em Mateus 28.20, ELE disse que estaria conosco todos os dias. Não temas, pois Jesus está ciente da tempestade e vai acalmá-la.
CONCLUSÃO
Todos nós pisaremos no terreno da instabilidade; todos nós passaremos por vales, pois Jesus disse: “Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”. A grande questão é: como enfrentaremos tudo isso? Usaremos a nossa força ou a força de Deus? Qual voz ouviremos no meio da tempestade? Não se esqueça de que o medo deixa os olhos da alma embaçados. O medo distorce o nosso discernimento espiritual. Mas venceremos a tempestade quando deixarmos a voz de Jesus invadir o nosso interior dizendo: NÃO TEMAS!
Vamos praticar!
1. Liste as tempestades pelas quais você está passando;
2. Separe aquilo que você PODE fazer, e aquilo que você NÃO PODE fazer para solucionar essas tempestades;
3. Faça aquilo que você PODE fazer, e entregue a Jesus aquilo que você NÃO PODE fazer;
4. Continue vivendo o seu propósito e descanse!
Ministério Apostólico Internacional Shalom – MAIS
Jardson Diniz